quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ativ._7_Pesquisando sobre o trabalho por projeto

A Sala de Leitura Hoje
Autora: Vera Caetano
                 É através da linguagem verbal e não-verbal que os homens se comunicam. Ao chegar à escola, a criança está em pleno processo de apropriação da linguagem, processo este que se inicia com o nascimento e se amplia na constante interação com o meio social, segundo Vygotsky. Além disso, os alunos trazem para a escola os reflexos de sua vivência no mundo onde os meios de comunicação são muito presentes, enquanto veículos de diferentes tipos de informação e ideologias subjacentes.
                  É responsabilidade da escola dar continuidade a esse processo, possibilitando aos alunos as condições para a aquisição da língua escrita, aprofundando relações entre as informações veiculadas pelos diversos meios de comunicação, num trabalho de crítica e sistematização.
                 Por isso o contato diário dos educandos, no espaço escolar, com diferentes modalidades de textos é fundamental. Nesse processo, o ouvir, o falar, o ler o escrever representam ações prioritárias da aprendizagem, ressaltando a função social da linguagem. Ao trabalhar com diferentes textos a escola subsidia a aquisição da escrita e o desenvolvimento do espírito reflexivo, crítico e argumentativo do aluno.
                 À Sala de Leitura cabe dar continuidade às ações desenvolvidas na sala de aula. Essa assim como aquela, tem como “coluna vertebral” um Projeto Político Pedagógico, muito mais amplo que conteúdos e objetivos. De forma complementar e cooperativa sempre em articulação com a unidade escolar, a Sala de Leitura representa um espaço pedagógico e cultural, demandado pela comunidade proporcionando mais acesso à informação.      
                 A criança – especialmente a do meio urbano – tem amplo acesso aos meios de comunicação social (rádio, TV, jornal revista etc). Desenvolver atividades que proporcionem a reconstrução do discurso, freqüentemente fragmentado, veiculado por esses meios, contrapondo-o a uma reflexão crítica é função da escola. Fazer um trabalho complementar com diversas fontes de pesquisa (livros, enciclopédias, documentos, contato com especialistas, visitas orientadas...) também.
                 Tal ação encontrará na Sala de Leitura o espaço específico para esse trabalho, uma vez que possibilita o acesso informação, através não só do acervo, mas principalmente da instrumentalização do usuário, a fim de que este possa usufruir de forma crítica e criativa das potencialidades do espaço, e por extensão de outros semelhantes (arquivos, cinemateca, teatro, videotecas etc).
                 Além dessa função primordial, a sala de leitura deve também proporcionar atividades tais como: sessões de leitura, oficinas literárias ou de elaboração de jornal e outros recursos de comunicação visual: exposições, palestras, mostras, excursões, abarcando assim, um universo amplo de manifestações científico-culturais, reafirmando-se como um espaço não só pedagógico, mas também cultural. A vivência dos alunos e da comunidade – sua cultura e valores estão presentes, através da fala, da escrita, da imagem ali construída.                      A SL, por não constituir-se num componente curricular, não encontra capítulo reservado em nenhum documento oficial de elaboração de currículos. No entanto, na SL são trabalhadas diferentes modalidades de textos veiculados visando subsidiar o trabalho do regente de turma e de proporcionar ao aluno uma ou mais uma possibilidade de leitura do mundo, afinal, segundo Paulo Freire “... educar é conhecer, é ler o mundo, para poder transformá-lo...”.

“Há um tesouro na escola. Ao alcance de todos É capaz de operar milagres em quem se apossa dele.”
(Revista Nova Escola, 2003)
                  Este tesouro aumenta à medida que se transfere sua riqueza (o conhecimento) para um número maior de professores e alunos. É preciso torná-lo parte da vida de todos.

               Com cada faixa etária é possível um tipo de trabalho diferenciado. Carol Kuhlthau, da Rugtgers University, nos Estados Unidos, criou algumas sugestões, respeitando-se a faixa etária, etapa de desenvolvimento e interesse de cada grupo. Seu livro “como usar a biblioteca na escola” foi traduzido pó um grupo de professores da Escola de Ciência da Informação da Universidade de Minas Gerais, que o adaptou à realidade brasileira.
                Destacamos algumas atividades e a relação das mesmas com características típicas a determinadas faixas etárias, que normalmente constatamos no nosso cotidiano de Sala de Leitura:

4 a 6 anos
Conhecendo a biblioteca
                 A principal atividade é ler muitas histórias, sempre curtas e simples, pois
prender a atenção de uma classe inteira de crianças pequenas não é fácil . Atividades lúdicas, como descobrir “onde o livro mora”, introduzem os pequenos na organização do espaço .

6 e 7 anos
Envolvendo as crianças com livros e narração de histórias
                 Nessa fase, que coincide com o processo de alfabetização, a prioridade se mantém na leitura em voz alta pelo professor, complementada por atividades de compreensão, como desenhar ou dramatizar. As crianças devem manusear o maior número de livros possível.

7 e 8 anos
Prática de leituras
                 Nessa fase oferecer livros para que os alunos leiam e oportunizar atividades que abordem diferentes tipos de textos amplia o conhecimento e desperta o gosto pelas variadas histórias. Aqui é possível e necessário trabalhar com anúncios , jornais , revistas , pequenas poesias.

9 e 10 anos
Recursos informacionais
                 Aos 9 anos, a criança consegue entender os mecanismos de procura por autor, título, assunto e produzir textos coletivos ou individuais. Obras de suspense costumam ter boa aceitação.

11 e 12 anos
                 Nessa fase de pré–adolescência já pode observar um grau maior ainda de independência na escolha do livro. São capazes de pesquisar em várias fontes e produzir textos e todos são bem receptivos a gincanas e jogos. Textos  de terror, aventura e romance são bem lidos nessa fase de transição .

13 e 14 anos
                 Na adolescência nem sempre as atividades em grupo na biblioteca se mostram produtivas, por causa da dispersão natural da idade. Nesse período, os alunos tornam-se conscientes do ambiente de informação e já estão familiarizados com a pesquisa em várias fontes, como uso da Internet e de recursos audiovisuais, muitas vezes para a busca de assuntos de interesse pessoal.
                 O objetivo central de qualquer trabalho envolvendo biblioteca escolar é criar autonomia nos alunos. Ainda com o objetivo de “arrumar” os grupos que freqüentam a SL, pode-se classificá-los em:

Usuários iniciais: estão nos primeiros anos da escolaridade, ou da vida, ou ainda do contato com livros e precisam de estímulo.

Usuários regulares: freqüentam com regularidade e autonomia.

Não usuários: não se sentem estimulados, motivados e não procuram freqüentar, participar de projetos ou ter auxílio.

Ex-usuários: recorrem à SL mesmo após terem “saído da escola”.

                 A cada grupo acima, um olhar diferente, um cuidado, um objetivo diferente.
A imagem da SL, frente a tais públicos deve ser também trabalhada cuidadosamente, a fim de criar condições de simpatia e respeito pelo espaço que representa e por sua função social e pedagógica. 

Fonte:
www.pequenotorcedor.com.br/.../45-saladeleitura


Minhas considerações:
                 Estamos em constante avaliação buscando refletir sobre nossas ações, destacando os pontos positivos e negativos da nossa prática. Nesse sentido, através do Projeto Sala de Leitura a autora buscou estabelecer um trabalho com a linguagem oral e escrita e a partir daí trabalhar a formação literária de maneira lúdica e prazerosa. As crianças que participam da Sala de Leitura demonstram entusiasmo com o momento, pois, por um lado, nem sempre tiveram o contato com a Literatura Infantil em seu cotidiano e, quando esta está presente em sala de aula, seu caráter é, na maioria das vezes, avaliativo.




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